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TEMPO, CONCRETO, FREQUÊNCIA E CARNE

2016

"Vou seguindo a lei da ordem das coisas, como um fato consumado.

 

A cidade muda e guardo na memória o que se foi. 

Dentro da voracidade da transformação das coisas, não me reconheço mais, às vezes, entre aqueles que dizem ser meus iguais por entre a multidão. 

 

Por acaso, percebo que estou olhando-me no vidro espelhado.

Não era multidão, era eu. 

 

Penso agora que talvez seja simples questão de vidro. 

Que mandem trocá-lo. 

 

Não me reconheço mais nesse, pareço disforme, distorcida, desorganizada.

 

Procuro algum vestígio meu e me deparo com uma fissura no espelho que permite ver um fragmento de cimento da coluna do prédio. 

E ali, como uma bordadeira amarrando os pontos do nó, vi-me sofrendo um estímulo de me resgatar, de matéria bruta, a linha, para a memória, o pano".

 

Installation made for the underground garage of PUC-RIO and also exhibited at  Carioca Square in Rio de Janeiro.

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